Este livro consegue passar todos os pontos de produção de um filme publicitário, abrangendo desde o conhecimento do cliente até as detalhadas técnicas da área.
Este blogsite tem o intuito de registrar algumas pequenas passagens e curiosidades de uma história profissional vivida na Propaganda Gaúcha, desde o ínicio dos anos 70 até hoje.
Nascido em Estrela-RS no dia 22 de agosto de 1956, registrado com o nome Álcio Roberto Grün,logo, por ser ruivo, tornei-me o “Foguinho”. Desde a infância convivi com tios que eram publicitários famosos (diretores de arte Nelson Jungbluth e Cirano Holmer), o que me chamou a atenção por esta profissão desde cedo.Gostava quando, com 5 ou 6 anos de idade, me convidavam para fotos em anúncios e para ajudar a pendurar flâmulas recém impressas em silk screen para secar (aquelas que sobravam com pequenos defeitos eu fazia uma pequena coleção). Aos 15 anos, em 1971, fiz uma primeira experiência como estagiário do departamento de arte da Stylos Publicidade. Era apenas um adolescente que gostava de desenhar.Depois o tio Cirano convidou-me para participar de um Laboratório Fotográfico em que era fornecedor para as agências de propaganda. Foi então que achei aquilo o máximo: “a produção de imagem” para propaganda. 1976 Agora já estamos em 1976. As agências já tinham o seu próprio laboratório fotográfico para oferecer uma alta demanda de fototraços,ou seja, letreiros ampliados de todos os tamanhos exigidos pelo lay-out. Já existia a Letraset, porém os tamanhos e tipos de letra muitas vezes não se adaptavam. Me convidaram para trabalhar na Publivar e em seu laboratório para começar. Depois fui para o departamento de Produção Gráfica, a composição dos textos era feita com chumbinhos de letra,"o linotipo", era coisa do tempo de Gutemberg.Naquela época tinhamos também a responsabilidade de cuidar da produção de peças de rádio e TV. Normalmente as produções para veicularem na TV eram feitas em filme 35mm ou 16mm ou até com slides, pois ainda era difícil o acesso ao vídeotape. Eram máquinas enormes com carretéis de fita que tinham pelo menos 10cm de largura, portanto, jamais sairam de dentro da Emissora de TV. Nesta época a mídia para veiculação em rádio eram discos de alumínio forrados com acetato.Lembro que quando a Indústria de Confecções ALFRED veiculava seus spots em quase todas as rádios do Estado, eu fazia no estúdio do Serrão Vieira, que tinha a “melhor e talvez a única, máquina de corte para acetatos” do Estado,(vieram em seguida a ISAEC,Artecsom e o Pedro Amaro Gravações).Eu andava pelo centro da cidade carregando uma pilha de discos que devia pesar uns 20kg. 1977 Foi então que um colega de criação, o Paulo Buffara, lá na Publivar, me indicou como assistente de produção para a Central Gaúcha de Produções Comerciais (TV Gaúcha). Nesta produtora tínhamos o recém chegado “vídeotape quadruplex”, portanto um avanço, só precisávamos de filme quando tínhamos que fazer alguma cena fora da estação, que no caso ainda dependíamos de câmeras 16mm (CP sonora) e ainda para montagem tínhamos que telecinar o filme e aí então editar em vídeo tape sem depender de uma moviola,revelação etc.. . Se tinhamos que revelar em cores enviávamos aos laboratórios de São Paulo ou Rio (Líder ou Interlab). Isto era tão usado que tínhamos um malote diário. Eis que de repente surgiu a câmera portátil Ikegami e o vt portátil, uma beleza! Imagina só, a mobilidade que isso permitiu. Podíamos produzir imagens com a instantaniedade do VT também em externas.Foi muito legal! Tanto que tínhamos uma produção tão competente, que recebíamos trabalho de toda a América Latina. 1978 Grande oportunidade! Surgia a TV Guaíba. Ainda não estava no ar, mas já tinha equipamentos ainda mais avançados do que a TV Gaúcha e prometia dividir o mercado. Com isso eles precisavam o quanto antes operar o equipamento que já estava disponível e faturar. Aconteceu o prometido: O Grupo Caldas Jr. abriu o Telecentro Guaíba Produções de Comerciais e fez propostas irrecusáveis para sairmos da concorrente (eu comprei o meu primeiro carro) e começamos a operar com seus equipamentos novíssimos. A competição foi tão importante que evoluímos tecnicamente. Não faltou trabalho pra ninguém, pelo contrário, trabalhávamos dia e noite sem parar. No início não tínhamos estúdio, e nem a câmera portátil. O que tínhamos era: um caminhão de externa com um vt helicoidal e mesa de corte Grass Valley + duas câmeras de estúdio (as pipoqueiras). Na estação tínhamos, então, mais dois vts, o que permitia fazermos edições com fusões etc...através de comunicação feita por rádio (o famoso roda e avisa). O que o Sérgio Reis (que era o diretor do Telecentro) criou foi o seguinte: alugamos o salão de festas do Grêmio Náutico Gaúcho e transformamos em estúdio, levamos para lá o caminhão de externas e as duas câmeras. Podíamos então editar imagens jogando o sinal por microondas obtido no caminhão para os dois vts lá no morro da estação. Eu produzi o estúdio provisório com tapadeiras, praticáveis e tudo o mais necessário. Naquela época se fazia tapadeiras (ou paredes com portas, janelas etc...) com uma estrutura (grade) de sarrafos e com algodão cru esticado com grampos, jornal colado nele com goma arábica e depois a tinta por cima. Aquela superfície, depois de seca, ficava dura que nem um tambor bem esticado. E aceitava a tinta como uma parede. A vantagem é que ficava uma parede levíssima e fácil de transportar. Bem, conseguíamos com todas essas improvisações, não perder para a CGPC (TV Gaúcha) em nada, nem qualidade, nem preço. Logo em seguida chegou a encomenda de três câmeras portáteis de três tubos (melhor definição) e então o estúdio na estação ficou pronto. Fomos transferidos para a TV e então foi o auge. Estávamos, finalmente, um passo bem grande à frente da concorrência. 1979 Voltei para a Publivar, que na época era já o segundo faturamento do Estado, só perdendo para a MPM que na época era imbatível. Agora eu era o Produtor de Mídia Eletrônica (RTVC) Tínhamos grandes contas com mídia no Brasil inteiro como: Strassburger, Grupo Alfred, Edel, Clubes de Futebol com seus carnês, o Internacional (Gigante da Felicidade), o São Paulo(Paulistão), Atlético Mineiro(Colosso Milionário), Clube do Remo(Super Remo), Nacional de Manaus(Super Naça), Fortaleza(Gigante Tricolor) e muito mais.Tive a oportunidade de produzir comerciais com artistas famosos da Globo, Chico Anísio,Jô Soares,Ronald Golias,Agildo Ribeiro,Paulo Silvino,Jardel Filho,Mauro Mendonça e muitos outros, trabalhávamos sem parar. Certa vez estava pela madrugada no estúdio da TV gravando displays para os clubes, quando o meu amigo Flávio Teixeira (diretor de arte) sentiu-se mal, não quis que o levasse para uma emergência médica, queria ir para casa. Então, fiz o que ele pediu, dei uma carona até a sua casa, então, no dia seguinte fiquei sabendo que ele tinha procurado socorro mas não resistiu e morreu de ataque cardíaco. Saí da Publivar e fui tentar uma nova experiência no Rio de Janeiro. Era muito jovem e não consegui nada por lá. Voltei pra cá e descobri que se fosse “plantar batatas” teria que fazer a melhor“propaganda” delas. Portanto, fui adiante com a carreira de publicitário. Tentei a Mercur Publicidade fiquei três meses e não me acertei com eles. 1980 Fui trabalhar como Produtor de Eletrônica na Marca Propaganda, uma agência com bons clientes como o grande e poderoso Grupo Habitasul. Tinha também, a Panambra, o Herrmann, a Habitat, a Copesul e muitos outros. Ganhei dois Prêmios de Profissional do Ano como diretor de produção: Melhor comercial em 1981: VT “O Laçador” que era o lançamento do Jardim Humaitá. Melhor conjunto de comerciais em 1982: Campanha “Vem que tem...” da Panambra (a criação era da Maria da Graça Craidy). Participei também de outros grandes lançamentos, como o Pólo Petroquímico, Jurerê Internacional e Banco Habitasul. 1984 Saí da Marca e fui para a Objetiva Filmes. Essa produtora era quase uma “house produtora” do Grupo Habitasul. Além de ter garantida toda a produção dos filmes do Grupo, estavámos à disposição de todo o Mercado Publicitário. A Objetiva Filmes era uma produtora que não tinha concorrência, ela era completa em estrutura, tanto de cinema como em vídeo tape. Ninguém tinha profissionais contratados, sede própria e equipamentos de ponta. Foi uma tremenda novidade! Pena que não foi adiante por muito tempo. O Banco Habitasul “quebrou”, teve que fechar as portas logo depois. Mas tenho boas lembranças daquela equipe de trabalho. Lendas do “Cinema Gaúcho”: Daniel, Ivan e Ivo Czamanski, Pereira Dias e o Alexandre Ostrovski. O Pereira Dias, diretor de muitos filmes longa metragens do Teixerinha, insistiu para que todos fizéssemos nosso registro profissional. Ele mesmo providenciou toda burocracia junto ao Sindicato e o Ministério do Trabalho.Aprendi muito com ele.Trabalhávamos na mesma sala. Ele dizia: “Foguinho! Se tem um problema tem uma solução e se não tem solução não tem problema. É pura verdade! Fizemos lá a primeira “Campanha Política” (Livre) que foi para prefeitura de Porto Alegre. Eu era o produtor. E vencemos!Quem organizava era o Sérgio Gonzales e a Dilma Roussef que se chamava Dilma Linhares (não sei porquê). Foi eleito, então, o Alceu Collares em 15 de novembro de 1985 (uma sexta-feira). 1985 Na segunda, 18 de novembro, eu fui contratado pela Símbolo Propaganda como Produtor de RTVC. Chegamos a ser a maior agência de propaganda do Estado e no ranking nacional estivemos entre as quinze maiores, chegamos a 70 funcionários. As contas eram muitas: Governo do Estado (período como produtor da Agência): Simon, Collares, Britto e Olívio, e com isso: Banrisul, Caixa Estadual, Secretarias, órgãos públicos e mais: Tumelero, Lee, Vinícola Aurora, Inter, Catléia, Banco Meridional, Grupo Alfred, Santa Casa e muitos outros. A curiosidade é que crescemos tanto que a Símbolo, por coincidência, incorporou a Publivar e a Marca Propaganda, onde eu tive passagens anteriores. Trabalhei na Símbolo por pelo menos 20 anos produzindo e dirigindo comerciais, audiovisuais, rádio, etc....Estive um ano fora na Videoart (uma produtora de amigos), mas voltei em seguida pois sempre gostei de trabalhar em agência. Estes dias fui até a RBS procurar alguns comerciais para este site. Surpresa! Quando acessamos a listagem de claquetes, tinha um registro de 620 trabalhos em meu nome. 2004 Tive uma passagem na Casanova Filmes no atendimento à área de vídeos corporativos para Empresas. 2007 Tenho uma parceria com a Tchê Produções onde realizamos bons trabalhos, comerciais e audiovisuais. 2008 Produzindo o novo comercial para o Instituto Cultural Brasileiro Norte-americano.